Doralyce, autora de versão feminista de “Mulheres”, diz que canção pode ser retirada das plataformas digitais

Doralyce, autora da versão feminista da música “Mulheres”, usou sua conta nas redes sociais para se pronunciar sobre a suposta censura que a canção enfrenta. De acordo com a ativista, o samba será retirado de todas as plataformas digitais a pedido do compositor, Toninho Geraes.

Doralyce Foto: Reprodução
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Em 2018, o samba ganhou a versão que empodera as mulheres e simplesmente estourou nas rodas de samba de todo o Brasil. Essa interpretação é uma resposta à canção original, que tem falas explicitamente machistas, como por exemplo: “Mulheres cabeças e desequilibradas/Mulheres confusas, de guerra e de paz”.

Ao explicar a polêmica, a Miss Beleza Universal revelou que sente orgulho da força que a nova versão ganhou ao longo do tempo.

“Eu tenho muito orgulho de ter escrito essa versão, ela tem a força de reparação histórica, ela transborda emancipação, e a gente sabe que tudo que esse sistema não quer é ver mulheres livres, com autonomia e empoderadas”, diz Doralyce.

A versão feminista exalta as mulheres e suas pluralidades. “Mulheres cabeça e muito equilibradas, ninguém tá confusa, não te perguntei nada. São elas por elas, escuta esse samba que eu vou te cantar”, diz um trecho da canção. Confira a canção completa:

De acordo com ela, no ano passado foi coagida a assinar um Contrato de Cessão de Direitos Autorais que consequentemente a fazia abrir mão dos direitos de sua propriedade intelectual, com a ameaça de não poder mais cantar a música.

Ao se deparar com o post, Toinho Geraes, compositor da música, se pronunciou sobre a situação através de um comentário. “Não se trata de censura, a versão foi lançada sem autorização prévia e foi retirada das plataformas por isso. Obra intelectual tem dono, todo o meu respeito ao movimento de vocês, mas uma coisa não tem nada a ver com a outra”, escreveu o compositor. 

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Foto: Reprodução/Instagram
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Nas redes sociais, sambistas pedem para que a versão não seja banida das plataformas de streaming. “Vai processar quem cantar? Cada mulher que cantar? Uma loucura… mas não tem novidade não!”, escreveu uma internauta.

“Que absurdo! Essa música me dá forças quando eu mais preciso e acredito que muitas mulheres se sentem representadas por ela também. Não consigo mensurar a vida sem essa versão tão potente”, escreveu outra seguidora.

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