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Val Marchiori vence Ludmilla em caso de injuria racial, juiz justifica como “liberdade de expressão”

A decisão anunciada hoje gerou revolta nas redes sociais. Ludmilla postou "Racismo não é liberdade de expressão".

Mais um caso de racismo não foi levado a serio pela justiça brasileira, dessa vez é o caso de racismo envolvendo a cantora Ludmilla e Val Marchiori, o caso aconteceu em 2016 quando Val se referiu ao cabelo da cantora, na época saindo no carnaval do Rio pela Salgueiro como “bombrill”, a cantora moveu processo contra a empresaria que recorreu e acredite, venceu, segundo o juiz, a expressão de Val foi uma “liberdade de expressão”.

Ludmilla durante carnaval de 2016 Foto: Reprodução
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Ludmilla se pronunciou nas redes sociais revoltada com a decisão e fez um desabafo: “Sofreu racismo? Fácil. Vai lá e denuncia” “Lugar de racista é na cadeia” “Vocês reclamam demais, é só ir pra justiça” Vocês percebem agora que não é fácil como parece? Essa não é a primeira, segunda ou terceira denuncia que eu faço. Eu também não sou a primeira a passar por isso e infelizmente não sou a única. Eu não me faço de vítima não. Eu sou! Tá provado. Mas a estrutura desse país é tão racista, que eles tem a audácia de recorrer e ainda por cima comemorar vitória no Instagram. Mas quer saber? Eu NÃO VOU PARAR. E não é só por mim não! Uma hora as coisas vão ter que mudar. E no que eu puder usar a minha visibilidade pra ajudar nessa mudança, eu juro pra vocês que eu vou!” disse a cantora no twitter.

A cantora chegou a vencer o processo em primeira instância, em 2018, quando o juiz da da 3ª Vara Cível do Fórum Regional da Ilha do Governador, na Zona Norte do Rio, condenou a empresaria a pagar R$ 10 mil à artista por danos morais. Em junho de 2020, a Justiça deu novamente ganho de caso a Ludmilla, condenando Val a indenizar em R$ 30 mil à cantora e fazer uma retratação pública. Val recorreu das duas decisões e acabou vencendo a disputa judicial.

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“Em que pese ter sido proferida uma observação de natureza ácida, veiculando opinião em tom de crítica dura, não é possível se extrair dos fatos supracitados qualquer intenção de desqualificar ou ofender a autora em decorrência de sua cor de pele, tampouco de ridicularizá-la ou depreciar a pessoa. O que se vê, em verdade, é que a conduta da apelante se insere no exercício do seu direito de crítica, derivado da liberdade de informação e de expressão”, diz um trecho da decisão da 14ª Câmara Cível.

Enquanto Val comemorou a decisão nas redes sociais dizendo: “Justiça seja feita”. O brasil ainda é o país onde pessoas negras somos ofendidas de varias formas, principalmente a racial onde eles tiram a nossa beleza e autenticidade e de varias formas inclusive ofensivas, e apesar do crime que foi cometido sim, ela ainda e vista como “liberdade”, isso mesmo, como se eles tivesses um aval para falar de nos e nossas características assim como bem entendem. A decisão só mostra o quanto o racismo esta enraizado nossa sociedade e que a justiça ainda não sabe lhe dar com estes tipos de processo que veem injuria racial como “liberdade de expressão”.

Via: Extra

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