Encontro de Coqueiras celebra mês da mulher com atividades gratuitas e online

Dos dias 25 a 28 de março, celebrando a cultura do Coco de Roda, será realizada a primeira edição online do Encontro de Coqueiras, totalmente gratuito, sendo transmitido pelo canal oficial do evento no YouTube. Esta é a sétima edição do Encontro, que habitualmente acontece em São Paulo e tem como objetivo reunir grupos de mulheres que trabalham com a linguagem do coco, percussão e cultura popular e juntar forças, fazendo o movimento ficar ainda mais forte e rico.

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Nesta primeira edição online, o Encontro terá uma programação totalmente permeada pela presença das mulheres no coco em todas as suas vertentes (música, dança, poesia), e também nas oficinas e rodas de conversas. Grupos importantes de coco como “As Três Marias, o Sol e a Lua”, “Coco das Águas Doces” e “Cocomelo Coletivo” estão confirmados, bem como nomes chaves do movimento como Aurinha do Coco, Martinha do Coco, Renata Rosa e muitos outras. 

“É muito simbólico conseguir realizar esse encontro online e no mês da mulher, devido à nossa luta pela igualdade, pelos nossos direitos, e apropriação dos nossos corpos”, comenta Rafa Ella Nepomuceno, idealizadora do projeto e fundadora do grupo Coco de Oyá e do bloco feminino e feminista Eu Acho é Coco!. “Estamos realizando o evento de forma online devido à pandemia – a ideia inicial seria conseguir reunir todos esses grupos no palco para fomentar encontros e vivências. Mas o fato de ser online já é um começo, ficamos muito felizes em incentivar a cultura em um momento difícil como o que estamos vivendo agora.”

“A ideia é conseguir mapear as mulheres que trabalham com a linguagem do coco em todo o Brasil, mas começamos por onde conseguimos, aqui nos nossos arredores. Queremos abrir esse chamado durante o Encontro e conseguir o interesse de novos grupos que não conhecemos ainda  para realizar novas edições do evento”, conta Rafa.

Rafa Ella Nepomuceno Foto: Reprodução
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Manifestação cultural

O Coco de Roda é uma dança nordestina muito rica em poesia, ritmo e expressões corporais. É um ritmo encontrado em diversos estados da região nordeste e é geralmente dançado em formato de roda, onde as pessoas cantam e giram com “umbigadas”. Dizem que ela teve origem nos cantos de trabalho dos tiradores de coco no Submédio São Francisco, mais precisamente em Pernambuco e Alagoas, e que somente depois ela virou um ritmo de dança. Criado a partir da necessidade de pilar o chão de terra batida, os casais dançavam o “trupe” e assentavam o barro, formando o piso da casa do anfitrião, que promovia um “baile mutirão”.  E assim, de casa em casa, o repertório foi se ampliando. 

A influência africana é muito clara tanto no ritmo quanto nos movimentos da dança, mas existe também uma forte contribuição indígena na estrutura da dança. Em um clima de muita alegria, homens, mulheres e crianças cantam e dançam o Coco de Roda com vigor e resistência, muitas vezes até amanhecer.

Para ficar por dentro da programação completa acesse o @encontrodecoqueiras no Instagram.

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