Musica

‘Bota lá Dentro’, novo single de King fala sobre estereótipos atribuídos a mulheres negras

Este é o terceiro lançamento da cantora neste ano.

Após lançar ‘Podia Ser’ há duas semanas e em poucos dias alcançar mais de 30 mil visualizações no clipe da música, a cantora King estreou na ultima sexta (5) a música ‘Bota lá Dentro’. A canção é uma música forte, que fala sobre a liberdade emocional, financeira e sexual da mulher contemporânea. “Nós mulheres, em sua maioria, somos vistas como frágeis, doces, sutis. Por outro lado, a mulher preta é sempre vista como forte, briguenta, escrachada e, no fim das contas, não nos resumimos a nada disso. Somos diversas!”, explica King.

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Com uma crítica aos estereótipos, Bota lá Dentro, o segundo  single que compõem o EP ‘Travessia’, traz uma letra mais pesada contrastando com a delicadeza da fotografia. “O clipe foi dirigido por Jessica Teleze, que trouxe a influência do filme Harley Quinn, ironizando o doce na estética. Toda a maldade está na ação junto com o figurino exclusivo feito pela Vivi Cunha com referência dos filmes de heróis e animes”, conta a artista. Vale ressaltar que Travessia é um projeto contemplado pela Lei Aldir Blanc, da Secretaria Estadual de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro.

Para aqueles que não sabem, a caminhada de King é longa. Ela canta, escreve e já trabalhou com nomes como Luiza Sonza, Negra Li, Cleo, Rebecca e muitos outros artistas.  Se desenhando como uma das maiores promessas da música nos próximos anos. Além de se destacar como compositora, somando milhões de visualizações em hits como VIP, da Luiza Sonza, e Comando, da Negra Li, também chama atenção da cena com seu trabalho autoral, com músicas como Rabão e Vai Ficar. 

Com data marcada para o lançamento de um EP visual ainda esse ano, filmes e séries a serem lançadas, King promete abalar as estruturas do mercado fonográfico brasileiro. “Produzir durante a pandemia foi um grande desafio e a ter um incentivo da Lei Aldir Blanc me permitiu concretizar um ciclo na minha carreira. Minha vida tem sido uma travessia física, geográfica, emocional, pessoal e profissional. Neste projeto com as músicas, os clipes e a série animada, consigo enxergar o resultado dessa travessia. E eu sei que vou continuar neste processo eternamente”.

King Foto: Reprodução
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Mulher, negra, bissexual, da Baixada Fluminense, King está dando o nome em um cenário dominado por homens brancos. “Por conta de uma herança histórica não reparada, nós, pessoas negras de periferia, somos ensinados desde muito novos, diariamente, a sermos melhores. Do contrário, não conseguimos boas escolas, vagas em faculdades, bons empregos e até mesmo um relacionamento amoroso saudável. Mas o que é ser melhor, né? Ao mesmo tempo, o sonho do corpo preto é sempre preterido e é muito delicado lidar com os nossos sonhos. Existe o orgulho de talvez ser o primeiro da sua família a ter o privilégio, o que prefiro chamar de legitimação de vivenciar essa experiência. É um ato ancestral, mas nada romântico. Sou a primeira compositora negra do mainstream do pop nacional. Isso não deveria ser normal e aceitável. Estamos longe da igualdade e não é diferente dentro da indústria musical”, finaliza King.

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