Mulheres Pretas que Inspiram

Websérie Pilares une vídeo documental e dança contemporânea preta para homenagear a poetisa Tula Pilar

A Zona Agbara, Cia. de dança formada por mulheres pretas e gordas, criou a websérie que conta em forma de dança, a trajetória da ativista preta e periférica, que nos deixou em 2019.

Ela é considerada uma das grandes poetas negras e ativista periférica em São Paulo. Foi na poesia que Tula Pilar Ferreira encontrou ferramentas de expressão para lutar contra o combate às opressões e o racismo. Com essa inspiração  a Zona Agbara, coletivo de mulheres gordas e pretas, fez uma “femenagem” (homenagem) a Tula e criou uma websérie intitulada “PILARES” onde intérpretes criadoras da companhia criaram performances coreográficas inspiradas na biografia da artista. Os vídeos são pontuados por entrevistas com familiares, amigos (as) e parceiros (as) de sua trajetória.

Tula Pilar Foto: Tiago Santana
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As coreografias exaltam as letras e escritos de Tula que denunciam as violências sofridas em seu cotidiano viril, sendo uma mulher negra que esteve em vida trazendo confiança e força para muitas outras mulheres, mães, empregadas domésticas que se viam em muitas de suas falas poéticas. “Tula sempre me atravessou da melhor forma possível, com uma energia contagiante, sorriso largo e envolvente. Mulher à frente de qualquer tempo. Sinto-me lisonjeada de poder realizar esse projeto e celebrar a sua existência nessa terra.“. “Pilares vem cravar no cenário cultural a memória e importância de um legado que ainda está aqui pulsando e se manterá sempre vivo em nós, mulheres negras, periféricas e ousadas”, explica Gal Martins, responsável pela concepção, roteiro, direção artística e coreográfica dos episódios de “Pilares”. 

Foto: Lua Santana
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Tula Pilar ganhou reconhecimento por participar e organizar saraus na periferia de São Paulo, trabalhava de forma independente com sua poesia, publicou os livros “Palavras Inacadêmicas” (2004), “Sensualidade de fino trato” (2017), e participou do “Negras de Lá, Negras Daqui“, lançado em fevereiro de 2019.

Atuava em coletivos culturais de São Paulo e outros estados com seus filhos Pedro Lucas e Dandara. Saraus, debates e rodas de conversa onde o foco era a mulher negra e a mulher menos favorecida socialmente ela marcava presença com sua palavra que levava à reflexão ou apresentando poemas de sua autoria com performances de dança afro.

As exibições acontecem de a partir de hoje dia 04 e vão até dia 24 de maio de 2021 pelo Facebook e Youtube  do Centro de Referência da Dança, Casas de Cultura do Campo Limpo e Tremembé, CITA, Biblioteca Adelpha Figueiredo e da própria Zona Agbara.

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