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Uberlândia comemora hoje o “Dia do trancista”

Data será comemorada todo dia 18 de janeiro.

Foi aprovado na Câmara Municipal de Uberlândia no dia 11 de janeiro a instituição do “Dia da profissão de Trancista” que já entra em vigor este ano, o projeto e de autoria do vereador Ronaldo Tannús. a cidade possui vários profissionais da área, sua maioria são mulheres negras que aprendem a fazer as tranças na sua família ou em cursos oferecidos por outros tracistas.

Foto: Reprodução
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A origem desse penteado e da África, o penteado passa por gerações e pela cultura do continente, os variados estilos e formas, a trança Nagô que é a mais antiga era o nome dado a todos os negros da Costa dos Escravos que falavam o Iorubá. Mas muita gente não sabia que as divisões e reconhecimentos de cada um era feito devido a seu penteado que contém sempre um mapa para ajudar nas suas longas caminhadas e traçados.

As tranças podem os mais variados estilos e cores diferentes além do material que pode variar, sendo o próprio cabelo da pessoa ou matérias como fios de lã, Kanekalon e Jumbo ou o estili que varia entre a Nagô, os Box Braids e Twist.

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A empresaria e trancista Crisleine Assunção falou com o CP sobre a data que já é muito especial para ela por ser o mesmo dia de seu aniversario, ela como muitas outras profissionais aprendeu a fazer as tranças ainda na infância.

“Minha mãe levava a gente para trançar nossos cabelos em uma moça aqui no Rosevelt, e na volta minha irmã vinha desmanchando esse cabelo por conta da sensibilidade que ela tinha por causa da dor, então para que minha mãe não batesse nela ou ela sofre-se algum tipo de punição eu ia arrumando, e arrumando fez com que eu aprendesse” disse Crisleine.

A parti dali ela começou a trançar o cabelo de suas primas e começou a ter sua clientela, no entanto, na década de 90 as tranças não eram populares e viver da profissão era quase impossível então Crisleine continuou os estudos e começou a trabalhar de carteira assinada e as tranças viraram um “bico de final de semana” até que em 2008 ela decidi sair do mercado de trabalho e vai tentar a vida de trancista.

“Não foi fácil, ate porque a aceitação dos meus familiares, eles falaram que eu tava ficando doida, que eu não tinha que mexer com isso porque era um mercado onde eu não iria pagar minhas contas, mas eu acreditei, acreditei desde o começo.”

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Além das tranças ela começou a vender bolsas até 2011 onde ela decidi abrir um salão pelo fato de sempre que iria fazer as tranças era na sua casa ou na casa de seus clientes, novamente ela relata que ouviu as mesmas criticas e falas que aquilo não iria dar certo mas ela seguiu.

“Hoje graças a Deus tenho um espaço, um studio, hoje tenho 14 parceiros, e assim, hoje aqui em Uberlândia existe uma media de 120 trancista e desses 120, pelo menos, 80% deles saiu de dentro do meu salão ou fizeram curso comigo.”

Hoje Crisleine possui seu salão e uma loja de extensões e matérias para profissionais da área. Foto: Reprodução
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Crisleine comemora a data principalmente por sua trajetória profissional. “E um legado que com certeza eu vou conseguir deixar, estou extremamente feliz pelo dia da trancista, em ter esse dia reconhecido, em ser pioneira e estar em uma cidade que é pioneira, porque não tem outra cidade no Brasil que tenha reconhecido o dia do profissional trancista então é um motivo de muito orgulho, muito orgulho mesmo” disse Crisleine. Ela também exaltou a ancestralidade que carrega na profissão, “trançar cabelo, trabalhar com nossa ancestralidade e um movimento de resistência.”.

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