Uma das vozes mais fortes da Amazônia faz aniversário, mas quem ganha presente é o público. Dona Onete comemora seus 85 anos de idade presenteando os fãs com um novo disco que promete sacudir as pistas de dança do Brasil e do mundo. Intitulado “Bagaceira”, o quarto álbum da cantora chega para celebrar a vida e também toda a riqueza e diversidade da cultura paraense e da Amazônia. A obra chegou às plataformas digitais dia 18 de junho, data de nascimento da cantora.

Dona Onete Foto: Tereza Maciel

Segundo Dona Onete, “a festa do interior do Pará é uma bagaceira. Você chega, dança, come, bebe, pensa que acabou a festa, volta pro salão, dança, o sol nasce e a festa ainda não terminou. E, quando vai terminar, os ribeirinhos pegam o barco e continuam a festa no Ver-o-Peso”. Foi este espírito que a rainha do carimbó chamegado quis imprimir no novo trabalho.

Ao todo, são 10 faixas que passeiam por diversos ritmos do Norte do país. “Eu quis fazer uma mistura grande. Tem banguê, brega, carimbó, lambada… uma mistura só”, adianta. Ela também fez questão de participar de todas as etapas da nova produção, desde a escolha das músicas até o figurino da capa do disco que ela mesmo assina.

Este projeto tem o patrocínio do Natura Musical através da Lei Semear, Fundação Cultural do Pará e Governo do Estado do Pará. O projeto foi selecionado ao lado de nomes como AQNO, Caquiado, Festival Apoena e Rawi. No Estado, a plataforma já ofereceu recursos para mais de 80 projetos até 2022, em diferentes formatos e estágios de carreira, como Dona Onete, Raidol, Nic Dias e os festivais Mana, Lambateria e Psica.

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Uma jornada musical pelos ritmos do Pará e da Amazônia

Em “Bagaceira”, Dona Onete nos conduz por uma divertida viagem pelos gêneros musicais do Pará e da Amazônia. O disco, repleto de influências que refletem a diversidade musical da região, apresenta uma seleção cuidadosa de músicas que valorizam e versam sobre a cultura e as tradições locais.

Cada faixa é uma história viva, uma narrativa que ecoa as experiências de vida da cantora, refletindo a essência dos locais onde nasceu e viveu. Desde o envolvente Banguê da faixa-título “Bagaceira” até a atmosfera festiva do Carimbó em “Curió Cantador” e “Festa no Ver-O-Peso”, o disco é uma grande celebração da música paraense. É seguro dizer que todas as músicas podem contagiar qualquer ambiente com a energia e a atmosfera do Pará.

Um disco para dançar

O disco inteiro nasceu da faixa-título, “Bagaceira”, uma homenagem às festas do interior e à vida na região rural. A própria Dona Onete explica de onde veio a inspiração: “É algo mais profundo do que apenas a festa pela festa. Nos tempos antigos dos engenhos de cana-de-açúcar em Igarapé-Miri (PA), a ‘bagaceira’ era uma expressão usada pelos caboclos. Era sobre aquelas festas depois do baile oficial, longe dos olhares críticos da sociedade, sabem? O povo dançava descalço, com a sua curtição, à sua maneira. Era uma festa sem os refinamentos da alta sociedade”, conta.

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Dona Onete sempre teve em mente criar um disco que pudesse ser desfrutado em festas de interior, festas de aparelhagem e à beira do rio, conectando-se profundamente com seu público e suas raízes culturais.

Com músicas como “Lunlambumbarimbó”, que tem participação de Félix Robatto, a Rainha do Carimbó Chamegado demonstra seu compromisso com a dança e a diversão, criando melodias e sons que convidam o ouvinte a se entregar ao ritmo contagiante da música paraense.

Participação ativa de Dona Onete na concepção do disco

Dona Onete assumiu um papel central no trabalho. Desde as conversas iniciais até a produção final, cada música é uma expressão autêntica da sua visão artística, com histórias, sentimentos e personagens que ela quer compartilhar em festa com o mundo.

Sua participação ativa na concepção do disco influenciou diretamente todos os envolvidos no projeto, garantindo que cada detalhe refletisse sua essência única. Um exemplo marcante é “Curió Cantador”, um Carimbó cuja letra foi contada e dirigida por Dona Onete, refletindo fielmente suas experiências e sentimentos.

E a condução não se limita apenas à parte sonora do trabalho. A arte da capa, assinada pela artista plástica paraense Maitê Zara, foi inspirada em uma foto de Renato Reis especialmente selecionada por Dona Onete, que reflete toda a sua essência e energia.

O próprio figurino deste trabalho foi escolhido a dedo pela diva. Nele, encontramos elementos da arte marajoara, estampados na saia rodada e típica das dançarinas de carimbó, entre outras referências da cultura paraense. E para fechar com chave de ouro, Dona Onete fez questão de usar a sua coroa de Rainha do Carnaval do Carnamango/Circo Voador 2024.

Clique e ouça Bagaceira

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