Para celebrar o Dia da Consciência Negra, o cantor e compositor Leonardo Alan, lança nesta sexta (20) o videoclipe de ‘Danado’ seu segundo single de carreira. Na produção audiovisual o artista, que tem longa trajetória como ator e agora se aventura na música, interpreta a entidade de um malandro, mais conhecido como ‘Zé Pilintra’, entre os adeptos das religiões de matriz africana, como o catimbó e a umbanda.
“Sempre me identifiquei como um artista. Desde pequeno já era o bailarino nas festas de família e cantava músicas que escrevia para colegas da escola. Hoje escrevo e danço a minha própria música. Comecei cursando teatro na escola de atores Wolf Maya, porque sempre gostei muito da dramaturgia, autores e atores brasileiros. A partir daí comecei a fazer espetáculos pelo Brasil e pelo mundo. Também fui apresentador em um programa na TV Belga e fiz parcerias com instituições brasileiras ligadas a direitos humanos e meio Ambiente”
Com um mix de samba e funk, seu novo som faz posicionamentos políticos sobre nossa identidade. Seu intuito com a obra é a denúncia da intolerância religiosa, e traz questionamentos sobre a desvalorização e decorrente demonização, da cultura e cultos afro-brasileiros. O ator e cantor concedeu uma entrevista ao CP e falou mais sobre sua carreira:
1. Como é ser ator e músico, tem algum que goste mais ou tenha mais afinidade?
“No teatro somos protegidos pelo personagem, mas como cantor sinto que posso ser eu mesmo sem filtros. E é isso que mais me atrai na música, poder usar minha liberdade criativa para que as pessoas se identifiquem com a minha identidade.
Uma das minhas principais referências neste sentido é o Seu Jorge. Além dele também ser músico e ator como eu, sua história de vida que é um grande exemplo de superação.”

2 .Como é ser negro na Bélgica?
“Um desafio constante! Já levei chuva de tomate no palco, devido ao estilo provocativo e de forte apelo do meu show. Existe um tabu sobre sexualidade muito forte por aqui, além da hierarquia entre o belga o imigrante. Estando na categoria de negro e imigrante, sinto ainda mais na pele os impactos do preconceito racial e xenofobia. Mas eu resisto, justamente porque meu foco é trazer a representatividade da cultura afrolatina americana.”
3. Para seu próximo EP, como está o andamento do projeto e tem previsão de quando esse EP chegará ao público?
“A previsão de lançamento é setembro de 2021. Será um EP pautado na humanidade e no amor. Já tenho algumas músicas prontas e volto ao estúdio em breve para finalizá-lo.”