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Cabeleireiro é racista ao falar de cabelo crespo: “Patrão comeu aqui e gerou isso”

O profissional fez pedido de desculpas apos a viralização do vídeo.

Em um ano de alta tensão racial no Brasil mais um vídeo racista viralizou na internet, dessa vez o protagonista e o cabeleireiro Wilson Elidorio, durante uma de suas aulas ele usou um termos racistas e alguns até sem sentido para se referir ao cabelo das modelos, sobre o cabelo de Marina Vassequi ele diz “filhote do patrão, né? Patrão comeu e gerou isso”, veja o vídeo:

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Em seguida ele se dirigi a outra modelo que se chama Ruth Morgan e se refere ao cabelo dela como “cabelo brasileiro” mas que também é “encontrado mais na Europa“.

A fala “filhote de patrão” associa que a modelo Marina seja fruto de uma relação entre uma mulher preta empregada domestica e o patrão branco, porem isso pode ir alem pois a expressão também se refere as escravas pretas que eram abusadas pelos senhores assim gerando filhos deste abuso.

A modelo postou uma nota em suas redes sociais e disse que elas perceberam as ofensa mas não responderam por medo de serem demitidas e não receberem pelo trabalho.

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NOTA DE ESCLARECIMENTO – PARTE 1 Fala galera! Beleza? Pra quem não me conhece eu sou a Mari! Sejam bem vindos a minha página e pra quem já me conhecia eu vou contar um pouco do que aconteceu. Eu não posso citar nomes nem locais por motivos de segurança. Eu fui contratada por uma marca de cosméticos para cabelos, para ser modelo do lançamentos do novo produto linha cachos! A marca escolheu a locação em um salão bem lindo e requintado da cidade de SP e também convidou um terceiro. Um suposto “cabeleireiro profissional” para ministrar uma palestra e o que seria um pequeno curso sobre “como tratar cabelos étnicos”, em meio ao evento, em um dos momentos eu e a @ruthmorgamoficial (outra modelo companheira de trabalho que também estava sendo contratada) nos deparamos ouvindo diversas frases muito ofensivas e racistas! 💔 Foi triste mesmo! A gente ouviu tudo, percebeu tudo mas naquele momento por medo de sermos demitidas, por medo de acabar a diária e a gente não receber (pois com a pandemia os jobs trabalhos de modelos caíram muito e cada uma já tinha saído de longe pra estar lá eu saí até de outro estado!) e também pela pressão da profissão por naquele momento se tratar de um ambiente de trabalho onde a modelo já é vista como apenas a boneca sem voz, a boneca que tá lá apenas pra provar roupa, desfilar ou ser fotografada. Então diante desse medo e dessa estrutura sim machista e opressora! Que silencia mulheres, que silencia a modelo! Que silencia a minha cor! E foi tudo tão rápido, que eu me calei. Mas quando cheguei em casa foi um desmorono e reflexões. Por que nos calamos? E por que ninguém na hora falou nada? Não só nós mas por que dentro de um salão com +10 pessoas, por que ninguém interveio? Acredito que alguns não ouviram, mas a maioria foi pior por que OUVIU mas NATURALIZOU! gente como assim? Que país é esse que mundo é esse que você ouve alguém falar que “esse cabelo ou essa pessoa é um filhote de patrão, por que o patrão comeu uma escrava e gerou isso.” Gente! Como isso pode ser normal? Você sabe o que isso significa? Vou te explicar: – (não cabe o texto inteiro, vai ter textão sim então tive que dividir em dois). Tá no post do lado! 👉🏽 #naoaoracismo

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O cabeleireiro também se pronunciou nas redes sociais com um vídeo onde pede desculpas as modelos e diz estar “em reeducação“, recentemente ele trabalho com a atriz Cris Vianna para uma live onde ele cuidou do cabelo da atriz e já trabalhou com varias outras grandes atrizes como Taís Araujo.

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