O reggae vive um momento de expansão no Brasil, não como retorno ao formato clássico, mas como difusão da estética jamaicana dentro da música contemporânea. A batida arrastada e o baixo incorporado voltam a aparecer em produções do rap e da MPB como ferramenta estética, atualizando sonoridades e narrativas fora do rótulo tradicional do gênero.

Iuna Falcão Foto: Lucas Cordeiro

Segundo dados das plataformas de streaming, o consumo de playlists ligadas a reggae, dub e dancehall cresceu mais de 30% no Brasil nos últimos dois anos, com maior concentração entre ouvintes de 18 a 34 anos. O país segue como um dos maiores mercados de reggae fora da Jamaica, com destaque histórico para o Maranhão, frequentemente chamado de “Jamaica Brasileira”. A capital São Luís, reconhecida oficialmente por lei federal em 2023 como a Capital Nacional do Reggae, abriga a maior cena do gênero na América Latina.

Esse recorte territorial ajuda a entender por que artistas ligados à região passam a ganhar destaque nesse movimento. Na MPB contemporânea, Iuna Falcão, artista maranhense, se insere nesse contexto com o álbum UMAMI (2025). O trabalho incorpora referências diretas do reggae maranhense em diálogo com rap, samba e blues, construindo uma estética orgânica e autoral que traduz essa tradição local para a música brasileira atual.

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Esse movimento recente evidencia o reggae como matriz estética em circulação, especialmente entre artistas do rap e de linguagens afro-diaspóricas, que passam a incorporar sua cadência como elemento de groove, atmosfera e identidade cultural.

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A presença crescente dessa linguagem ao longo de 2025 indica que o reggae ganha novo fôlego como componente criativo e se consolida como uma das estéticas que devem seguir influenciando lançamentos e experimentações da música brasileira em 2026.


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