A 26ª edição do Grammy Latino, realizada em Las Vegas, foi marcada por grandes momentos — e, entre eles, a presença brasileira brilhou com potência. A noite consagrou artistas de toda a América Latina, mas quem deixou sua marca de forma especial foram Luedji Luna e Liniker, dois nomes que simbolizam a força da música negra brasileira no cenário internacional.

Liniker segura segura seus gramofone do Grammy Latino Foto: Reprodução

A cerimônia, que também destacou artistas globais como Bad Bunny e Alejandro Sanz, mostrou que a música feita no Brasil segue viva, diversa e capaz de dialogar com diferentes mundos da produção latina. Dos discursos emocionados às performances cheias de identidade, o Brasil teve uma das suas noites mais expressivas dos últimos anos.

A vitória de Liniker, que levou o prêmio de Melhor Álbum Pop Contemporâneo em Língua Portuguesa com Caju, foi um dos momentos mais celebrados da Premiere. Emocionada, a artista agradeceu a força da comunidade LGBTQIA+ e ressaltou a importância de falar de afeto, negritude e liberdade em sua obra — reafirmando sua posição como uma das vozes mais importantes do país.

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Luedji Luna, vencedora de Melhor Álbum de Música Afro Brasileira com Um Mar Pra Cada Um, dedicou o prêmio à ancestralidade e à potência das narrativas negras dentro da música popular. Seu discurso ecoou pela cerimônia, reforçando a centralidade da arte negra no movimento contemporâneo da música brasileira.

Outros brasileiros também celebraram na noite:
Baianasystem venceu em Música Alternativa em Língua Portuguesa, reafirmando a força das sonoridades baianas e afro-diaspóricas.
Sorriso Maroto levou o prêmio de Melhor Álbum de Samba/Pagode, fortalecendo o protagonismo do gênero dentro da premiação.
João Gomes, Jota.pê e Mestrinho foram reconhecidos pelo projeto Dominguinho, que uniu gerações e ritmos em homenagem ao mestre da sanfona.
Hamilton de Holanda também subiu ao palco, compartilhando um prêmio instrumental que ressaltou o valor da música brasileira virtuosa e tradicional.

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Essas vitórias reforçam não só a pluralidade do Brasil, mas também a abertura cada vez maior do Grammy Latino para reconhecer projetos que confrontam estruturas, celebram raízes e apresentam novas sonoridades. A presença de Luedji e Liniker, especialmente, simboliza um momento em que a música negra brasileira alcança novos espaços sem perder sua alma.

A noite em Las Vegas foi um lembrete da força criativa de um país que produz diversidade, rompe fronteiras e segue inspirando o mundo — seja através do samba, da MPB contemporânea, da música afro, do pop brasileiro ou dos experimentos alternativos que vêm ganhando cada vez mais o público latino.


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