A Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Alerj (CDDHC) atendeu na manhã desta terça-feira (23) o dançarino e empresário Gugu Hawaiano, do grupo de funk Os Hawaianos, que relatou ter sido brutalmente espancado por policiais durante uma operação da Core, na Cidade de Deus, na última sexta-feira. Gugu contou que recebeu socos no rosto, chutes na costela, foi ameaçado e acabou levando cinco pontos no rosto após a violência, praticada na frente de sua família. Ele chegou a ser detido e liberado em seguida. A CDDHC vai oficiar a Polícia Civil e o Ministério Público para a devida apuração do caso, solicitando ao MP que peça acesso às imagens das câmeras corporais dos agentes envolvidos na ação e encaminhe o episódio para controle de atividade policial.

Gugu Hawaiano Foto: Reprodução

Segundo o artista, os agentes o julgaram como criminoso apenas pelo fato de ter o cabelo tingido de vermelho; visual que Gugu mantém desde os anos 2000 e que se tornou sua marca registrada. O grupo Os Hawaianos é referência do funk carioca, com sucessos que marcaram gerações e seguem movimentando bailes, rádios e plataformas digitais.

“É um absurdo que um trabalhador da cultura tenha sido vítima de violência dessa gravidade, em plena luz do dia, diante da própria família e da comunidade. Essa operação aconteceu em horário escolar, quando havia crianças e famílias nas ruas, o que torna ainda mais urgente a apuração. O Ministério Público precisa exercer essa investigação, sobretudo à luz da ADPF 635, que estabelece parâmetros para evitar abusos e proteger vidas. Nossos encaminhamentos são fundamentais para garantir justiça e acolhimento, não apenas ao Gugu, mas a todos que sofrem com a truculência policial”, afirmou a presidenta da CDDHC, deputada Dani Monteiro.

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Além das agressões, Gugu relatou que já vem sofrendo com revitimização após o episódio: contratantes estão diminuindo o valor dos cachês do grupo, o que afeta não apenas sua carreira, mas também a de seus parceiros de banda.

A CDDHC acompanhará o caso até que todas as providências sejam tomadas e os responsáveis devidamente responsabilizados.


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