Na última quinta-feira, o vereador Anderson Lima (Podemos) tentou levar à votação o parecer de um projeto de lei que propõe vetar todo e qualquer tipo de apoio ou subvenção do município a entidades que defendem os direitos da população negra, das mulheres, da comunidade LGBTQIAPN+ e de outros grupos historicamente marginalizados. Em sua argumentação, declarou: “Na prática, dinheiro do cidadão pagando gente malandra que acha que A, B ou C lhe deve milhões de reais porque o antepassado X ou Y foi escravo não sabemos onde.”

Anúncios

Na justificativa do projeto, o vereador — que também é professor de história, pedagogia e teologia — afirma que deseja zelar pelo bem-estar de quem contribui com impostos e pelo equilíbrio do orçamento público. Além disso, nega a existência do racismo estrutural, baseando-se na ideia de que tais episódios são isolados e individuais. Ele afirma:
“A afirmação tresloucada sobre a existência de um rac1$mo estrutural, ou seja, um ethos racista que permearia não somente as instituições de todos os países, mas todas as sociedades, de cima a baixo, em todos os países do Ocidente (o alvo preferencial dos marxistas, sempre), a chamada teoria racial crítica (aqui), em contraposição àquilo que vemos na realidade: manifestações episódicas e individualizadas de racismo.”

A Câmara Municipal votou pela manutenção do parecer da Comissão de Legislação, Justiça e Redação, sob a justificativa de que o projeto é inconstitucional, por ferir diretamente os princípios democráticos e criar distinções arbitrárias entre organizações que podem ou não acessar recursos públicos.

Anúncios

Não é a primeira vez que ocorrem ataques racistas na Câmara Municipal de Uberlândia. Exatamente dois meses atrás, o plenário foi palco de discursos preconceituosos proferidos por outro parlamentar.


Descubra mais sobre Cultura Preta

Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.

Deixe um comentário

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.

Anúncios