A Rockstar Games soltou ontem (6) o segundo trailer de GTA VI e, como esperado, a internet veio abaixo. Mas além da ansiedade dos fãs, o que chamou atenção mesmo foi a estética do jogo — que tá cada vez mais colada com a realidade das periferias, das lutas sociais e das narrativas que a quebrada conhece bem.

Com lançamento marcado pra 2026, GTA VI promete ser o game mais ambicioso da franquia. E dessa vez, parece que a Rockstar decidiu mirar pra além da sátira e botar mais peso social na narrativa. Vamos falar um pouco sobre os personagens, a cidade e sobre o que podemos esperar do que promete ser o maior lançamento dos games nos últimos anos!
Lucía no comando: mulher, latina e perigosa
Uma das protagonista da vez é Lucía Caminos, uma mulher latina que vem com tudo: cheia de atitude, visão e sem medo de enfrentar o sistema. Ao lado de Jason Duval, seu parceiro no crime e também um dos protagonistas do game, ela forma uma dupla que lembra Bonnie & Clyde, mas com uma carga mais política e atualizada.

A escolha por uma mulher racializada no protagonismo já diz muito. Em tempos onde ainda falta representatividade no mundo dos games, ver Lucía protagonizando a historia é uma vitória simbólica pra muita gente que nunca se viu nesses espaços.
Jason: o contraponto silencioso e a complexidade das alianças sociais
Já Jason, seu parceiro e interesse amoroso no enredo, representa um contraponto importante. Branco e de origem americana, ele surge como uma figura mais contida, mas igualmente imersa na vida do crime. A relação entre os dois, marcada tanto pela parceria estratégica quanto pelo vínculo afetivo, abre espaço para narrativas mais complexas sobre confiança, lealdade e sobrevivência. Ao construir esse casal com trajetórias tão distintas — uma mulher latina e um homem branco norte-americano —, GTA VI sugere um mergulho nas tensões de raça, classe e gênero que atravessam a sociedade contemporânea. A Rockstar, assim, demonstra interesse em explorar camadas mais profundas de crítica social dentro da dinâmica criminal do jogo.
Vice City tá diferente (e mais real)
A cidade fictícia Vice City — inspirada em Miami — volta com tudo, mas agora com mais camadas sociais. É praia, luxo, favela e repressão policial. A estética é vibrante, cheia de elementos que lembram o cotidiano das quebradas latinas e afro-americanas.
O trailer mostra protestos, perseguições e violência policial. Não é só sobre roubar carros e fugir da polícia — é sobre como o sistema trata quem tá na margem.
A trilha sonora bate diferente
O trailer vem embalado por “Love Is a Long Road”, do Tom Petty, e sons caribenhos como o konpa haitiano de Zenglen. Tem peso, tem swing, tem história. A trilha mistura rock clássico com batidas de quebrada — mostrando que o som da periferia global tá mais presente do que nunca.

Entre a crítica e o entretenimento
GTA VI parece disposto a ir além do sarcasmo tradicional da franquia para tocar em temas sensíveis, como racismo institucional, desigualdade econômica e brutalidade policial. A presença de manifestações e da repressão estatal sugere uma tentativa de espelhar o cenário político recente, marcado por levantes sociais e pela exigência de justiça racial em diversas partes do mundo.
Não é de hoje que GTA faz sátiras do sistema, mas dessa vez a crítica parece mais séria, mais direta. A pergunta é: o jogo vai sustentar esse discurso ou só usar como estética?
O que esperar?
Com lançamento previsto para 26 de maio de 2026, Grand Theft Auto VI chega cercado de expectativas. Para além dos avanços tecnológicos e da jogabilidade, há uma atenção crescente sobre como o jogo lidará com questões sociais urgentes.
Num momento em que as narrativas digitais são cada vez mais espaço de disputa simbólica, GTA VI tem nas mãos a chance de não apenas entreter, mas também provocar reflexões sobre o mundo que habitamos — e os corpos que nele resistem.
GTA VI chega em 26 de maio de 2026, inicialmente para PS5 e Xbox Series X|S.




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