Um assunto está tomando conta da internet nos últimos dias: o site Footy Headlines, especializado em lançamentos de uniformes de clubes e seleções de futebol, revelou que a segunda camisa da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 2026 será vermelha e terá a logo da Jordan Brand no lugar da Nike. A informação logo se espalhou e gerou debates na internet, seja pela cor, seja pela inclusão de uma marca voltada para o basquete em uma camisa de futebol.

Imagem conceitual da camisa da Seleção Brasileira vermelha com a Jordan Brand Foto: Reprodução

O debate também ganhou o campo político, por conta do contexto vivido no país nos últimos anos, que acabou atingindo diretamente a camisa da Seleção. Para entendermos um pouco disso tudo, vamos passar por alguns pontos e avaliar se esse vazamento pode realmente se tornar realidade.

Jordan Brand

Não é novidade que a Jordan Brand está no futebol. A marca que leva o nome de Michael Jordan, lendário jogador de basquete americano, hoje não atua apenas no esporte da bola na cesta. A marca já tem parceria com clubes como o Paris Saint-Germain, da França, que utiliza uniformes com o logo do “Air Jordan” desde 2018, principalmente nos terceiros uniformes. Além disso, a Jordan Brand está cada vez mais inserida em outros esportes, como o beisebol e o futebol americano.

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Essa expansão, além de visar o aumento da visibilidade e popularidade, mostra a diversidade de produtos que a marca pode oferecer. Em 2025, o Corinthians Basquete se tornou a primeira equipe de basquete do Brasil a ter fornecimento de material esportivo pela Jordan.

Política

Se você mora no Brasil ou acompanha o cenário político do país, sabe que nos últimos anos houve uma popularização das camisas da Seleção Brasileira no ambiente político. Em 2018, ano eleitoral, a “direita” adotou um discurso “nacionalista” e utilizou a bandeira do país e as camisas da Seleção como símbolos de sua campanha, que acabou vitoriosa com a eleição de Jair Bolsonaro.

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Desde então, a “amarelinha” se tornou um símbolo da direita, sendo usada em manifestações e campanhas políticas desse espectro. Em 2022, a Nike chegou a proibir a personalização das camisas com os nomes “Bolsonaro” e “Lula” em seu site, devido ao clima polarizado da eleição e da Copa do Mundo. Naquele ano, muitos optaram pela camisa azul da Seleção para não serem “confundidos” como apoiadores de Bolsonaro, enquanto outros preferiram personalizações com detalhes vermelhos para sinalizar oposição ao movimento político.

Essa ideia de politização da camisa ainda persiste e pode ser um dos fatores que geraram essa possível mudança para uma camisa vermelha.

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A camisa

Antes de aprofundarmos nessa possibilidade, é importante lembrar que a Seleção já teve camisas vermelhas — mas apenas para goleiros. As camisas de goleiro tradicionalmente variam em cor, e já tivemos modelos em preto, verde, laranja e vermelho.

Julio César comemoração Brasil Uruguai em 2013 (Foto: Getty Images)

No entanto, o uso do vermelho por jogadores de linha seria algo inédito e surpreendente. Na história da CBF, além das tradicionais camisas amarela e azul, que representam as cores da bandeira nacional, a Seleção já utilizou camisas brancas e pretas. A camisa branca, por exemplo, foi histórica: foi com ela que o Brasil conquistou o título do Campeonato Sul-Americano de 1919, com detalhes em azul nas mangas e gola.

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Já a camisa preta é recente, lançada em 2023 como parte de uma campanha contra o racismo, num momento em que o jogador Vini Jr. enfrentava repetidos episódios de racismo na Europa, trazendo o debate para dentro e fora dos campos.

Se essa camisa vermelha realmente for lançada, podemos levantar alguns motivos possíveis para a decisão. O primeiro é político: 2026 será ano de Copa do Mundo e de eleições presidenciais no Brasil. Após o cenário de 2022, não seria estranho pensar que a fornecedora de material esportivo esteja tentando criar uma opção que “neutralize” a polarização, agradando ambos os campos políticos.

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Outro motivo poderia ser o apelo a torcedores de clubes em que o vermelho é predominante, como o Flamengo — um dos times mais populares do país. Segundo o Footy Headlines, a camisa seria vermelha com detalhes em preto, reforçando ainda mais essa conexão.

Não será só o Brasil

Segundo o site, outras seleções também devem adotar cores alternativas para a Copa. A Nigéria, por exemplo, que tradicionalmente usa verde e branco, poderá ter uma camisa rosa para o torneio.

E você, o que acha dessa possibilidade?


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