O Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo recebe desde a ultima quinta (6), o espetáculo inédito “Mãe Preta”, que encerra a “Trilogia Matriarcas”. A peça, dirigida por Lucelia Sergio, renomada atriz e cofundadora da Cia. Os Crespos, celebra a trajetória e o legado de Helena Theodoro, a primeira doutora negra em filosofia do Brasil.

Foto: Noelia Nájera

Com texto de Valesca Lins e Lucelia Sergio, a trama acompanha uma mulher enlutada que luta para encontrar forças e redescobrir a vida após a perda do filho caçula. Em meio a memórias dolorosas e desafios impostos pelo luto, a obra reflete sobre as pressões sociais que aprisionam as mulheres negras nos papéis de mãe e esposa, ao mesmo tempo em que valoriza sua força, humanidade e capacidade de reconstrução.

A obra busca valorizar uma mulher múltipla, propondo olhares que reforçam a humanidade desta mulher, não reduzindo sua experiência dentro de estereótipos sociais marcados pelo dever de cuidar e servir. Segundo Lucelia Sergio, diretora da peça, a produção busca entender as escolhas da protagonista não como derrotas, mas como parte de seu pertencimento e lugar no mundo. 

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“E esse é um prisma sobre o qual pouco enxergamos a mulher negra. Olhar os impactos sociais e a construção da sua própria identidade numa perspectiva geracional nos faz refletir sobre a importância do fortalecimento de nossas relações familiares e da nossa relação com a nossa cultura”, explica Lucelia.

Para Helena Theodoro, o evento tem sido uma verdadeira celebração da filosofia africana e da mulher negra, reunindo debates, oficinas, exposições e exibições de filmes e espetáculos. Para ela, trata-se de um espaço onde o saber ancestral e a arte se entrelaçam para enriquecer nossa cultura contemporânea

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“Estou profundamente feliz e honrada com essa ocupação no CCBB. Para mim, essa é uma oportunidade incrível de celebrar e difundir a filosofia africana, especialmente por meio de espetáculos que exaltam as múltiplas dimensões da mulher: política, sagrada e secreta. Essas diferentes facetas coexistem em uma única mulher, e isso reflete a visão africana de que a mulher não se limita a um papel preestabelecido. Ela pode ser política, espiritual, e desempenhar muitas outras funções. Além disso, o que mais me emociona é a possibilidade de usar o palco para compartilhar essa visão do feminino como uma força vital, capaz de gerar, expandir e conectar gerações”, ressaltou Helena.

Com direção, figurino e cenografia assinados por uma equipe de excelência, a montagem reúne as atrizes Teca Pereira, Tatiana Henrique e Luiza Loroza, que dão vida às personagens com atuações intensas e impactantes. O cenário, concebido por Anderson Dias, a trilha sonora de Dani Nega, iluminação de Anderson Ratto e produção de Palavra Z Produções Culturais.

Mãe Preta é um convite para que o povo enxergue a força da mulher negra em sua plenitude, para além das dores e dos papéis que a sociedade lhe impõe. O texto reflete sobre reconstrução, encontrar forças no afeto em suas vivências para seguir em frente, mesmo quando tudo parece ruir.” conclui a diretora, Lucelia Sergio. 

Com 60 minutos de duração e censura de 12 anos, “Mãe Preta” promete emocionar e inspirar o público ao mostrar a força, a ancestralidade e a capacidade de reinvenção das mulheres negras.

Ao destacar o legado de Helena Theodoro, o Centro Cultural Banco do Brasil celebra a história de resistência e sabedoria da cultura afro-brasileira, oferecendo ao público uma experiência enriquecedora que conecta arte, conhecimento e transformação social. Essa iniciativa fortalece o papel do CCBB como um espaço de valorização e celebração das múltiplas vozes que compõem a identidade cultural brasileira.

SINOPSE 
A peça acompanha uma mulher enlutada que busca forças para comemorar novamente a vida, lutando contra os fantasmas que a aprisionam nas funções de mãe e esposa, enquanto tenta restabelecer sua própria história.

SERVIÇO
“Mãe Preta”
Data: 
06 a 23 de fevereiro 2025 | Quintas e sextas às 19h | Sessão dupla aos sábados, às 15h e 18h I Domingo às 18h | Sessão extra no dia 23/02 às 15h
Duração: 60 minutos
Censura: 12 anos
Capacidade: Teatro | 120 lugares


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