Em uma trajetória marcada por resiliência, talento e autenticidade, Rael, um dos nomes mais plurais da música brasileira contemporânea, revisita sua carreira no emocionante mini documentário “O Caminho, da Quebrada até o Lolla”. 

Rael durante o festival Lollapaloza Brasil Foto: Johnnie Mello

Dividida em três episódios, a obra audiovisual, produzida pela Laboratório Fantasma, oferece uma imersão profunda na vida do artista, desde suas raízes no Jardim Iporanga até sua consagrada apresentação no Lollapalooza Brasil 2024. 

Com depoimentos de figuras icônicas como Mano Brown e Emicida, o documentário não apenas celebra os mais de 20 anos de carreira de Rael, mas também destaca a potência da ancestralidade e da cultura negra, inspirando novas gerações.

Em entrevista ao Cultura Preta, Rael nos leva por essa jornada, contando como foi produzir o documentário, compartilhando desafios e conquistas da sua carreira, além de falar sobre a emoção de cantar em um dos maiores festivais de música do mundo. 

Cultura Preta: Como surgiu a ideia e qual é o objetivo do documentário?

Rael: A ideia surgiu em parceria com Fioti, meu empresário. A gente teve várias vivências ali, e mesmo ele sendo da Zona Norte, nos conhecemos na Rinha dos Mcs, onde o Emicida construiu parte de sua história. Eu cresci perto do Autódromo de Interlagos e tive muita vivência naquela região. Queríamos registrar esse momento simbólico, pois trabalhei ali customizando capacetes e vendo os eventos do autódromo. Estar no palco do Lolla depois de tantos anos é muito significativo para nós.

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Cultura Preta: Como foi revisitar sua história do passado e suas origens? Qual foi o sentimento que veio até você?

Rael: Foi gratificante. Teve horas que pensei em desistir, mas voltar lá me fez lembrar das dificuldades e da persistência. Revisitar minha escola, onde tive meu primeiro palco, foi terapêutico. Relembrar a minha história é colocar minha ancestralidade em conexão com o presente.

Cultura Preta: O release menciona participações importantes como Mano Brown e Emicida. Como essas parcerias impactaram sua carreira?

Rael: Comecei fazendo covers de Racionais Mcs no palco da escola. Estar no palco do Lolla com Mano Brown tem um simbolismo enorme, pois a arte dele mudou minha vida aos 11 anos. Emicida, que conheci na Rinha dos Mcs, também é uma parceria musical e de amizade que gerou muitos frutos. Ver o crescimento dele e celebrar juntos no palco do Lolla foi incrível.

Cultura Preta: Como foi a sensação de ter sua performance no Lolla considerada uma das principais do festival?

Rael: A felicidade de estar ali, conectando-me com minha história, resultou nessa entrega. Queríamos mostrar como as coisas eram antes e como chegamos até aqui. Foi uma grande conquista, com uma equipe dedicada e uma direção artística impecável.

Cultura Preta: Você é uma referência para muitos jovens negros. Qual é a importância da música para você nesse contexto e como você se vê como referência?

Rael: Ser uma referência é gratificante e uma responsabilidade. A música me ajudou a superar muitos desafios e quero passar essa mensagem de persistência e comprometimento para as novas gerações. É importante não esquecer de onde viemos e celebrar nossas conquistas.

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Cultura Preta: O que você espera que o público leve ao assistir o mini documentário?

Rael: Espero que as pessoas não esqueçam suas origens e entendam que a conquista sólida não vem de um dia para o outro. Quero inspirar as pessoas a persistirem e acreditarem que, apesar das dificuldades, é possível alcançar seus sonhos.

Cultura Preta: Pode dar um spoiler sobre seus próximos planos após o documentário?

Rael: Estou trabalhando em meu próximo disco, que será bem diverso e cheio de colaborações. Não posso revelar muitos detalhes ainda, mas terá influências de vários gêneros e estou muito feliz com o resultado. Vamos começar a soltar algumas faixas nos próximos meses.


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