O Museu das Favelas, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, lança, com patrocínio da rede Extra, por meio do Instituto GPA, o projeto Xepa: Favela, Comida e Sustentabilidade. Com o objetivo de incentivar o consumo consciente de alimentos saudáveis e o preparo de refeições sustentáveis nos territórios periféricos brasileiros, a ação – completamente gratuita – vai até 5 de novembro, sempre aos domingos, às 11h, no Auditório Estouro. Para participar, os interessados devem se inscrever previamente no site do Museu das Favelas.

Mãe Tutu Foto: Reprodução

Ao todo serão seis encontros com convidados especialistas nos temas que guiarão conversas e aulas culinárias demonstrativas pensadas para ensinar, sobretudo, como aproveitar todos os alimentos de maneira integral. Durante essas palestras, que terão capacidade para 50 participantes, serão abordadas, também, pautas como a memória afetiva da culinária, os saberes ancestrais da terra, a alimentação infantil, a gastronomia afro-brasileira e o sagrado, além de apontar para outros caminhos possíveis por meio do vegetarianismo e a cozinha do corre de quem luta contra a fome.

“A fome e a insegurança alimentar ainda são problemas no nosso país e nas favelas, vilas e periferias onde há mais impacto. Esse projeto insere-se nos pilares do Museu das Favelas de trabalhar com as ODS (objetivos de desenvolvimento sustentável), pautado em políticas antirracistas, de equidade e fortalecimento do empreendedorismo social”, comenta Carla Zulu, coordenadora de relações institucionais e do centro de empreendedorismo do Museu das Favelas.

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Christiane Cruz Citrângulo, diretora de Marketing do GPA, grupo controlador do Extra, destaca a importância da rede em ser um apoiador do projeto. “O Extra defende a importância de proporcionar a todos o acesso a bons alimentos por um valor justo. Estar patrocinando esse projeto do Museu das Favelas é muito significativo e reforça o quanto a marca se importa com a acessibilidade em prol de uma alimentação segura, saudável e cada vez mais sustentável”.

De acordo com Renata Amaral, Gerente de Sustentabilidade do GPA e do Instituto GPA, o combate ao desperdício de alimentos é uma temática prioritária dentro da companhia. “A parceria com o Museu das Favelas faz parte de um programa contínuo desenvolvido no GPA em prol da redução do desperdício de alimentos, que abarca desde o abastecimento das lojas até a sensibilização do consumidor. Temos como propósito alimentar sonhos e vidas e, projetos como esse, reforçam que estamos no caminho certo”, destaca.

PROGRAMAÇÃO

Logo na abertura da ação, no dia 01/10, o Museu das Favelas recebeu Vó Tutu, moradora da Brasilândia que conseguiu alimentar centenas de pessoas durante a pandemia, por meio de suas receitas de pães, e a Urideia Andrade, co-fundadora da Gastromotiva, para falar sobre “Comida de vó e receitas de família”. A conversa propôs uma troca sobre memórias afetivas, cuidado e afeto na relação com a alimentação e o cozinhar, além de refletir sobre a importância das receitas passadas de pais para filhos, a construção de identidade e a importância das matriarcas na alimentação das famílias.

A seguir, no dia 08/10, o XEPA recebe Wagner Ribeiro, fundador e coordenador do projeto ‘Prato Verde Sustentável’, e a Priscila Novais, pesquisadora e chef de cozinha, para discutirem “Comida crioula: experiências agroecológicas”. A mesa debaterá sobre os saberes ancestrais sustentáveis para obter uma alimentação saudável para o ser humano e sustentável para o meio ambiente.

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Já no terceiro domingo de evento, 15/10, a Mãe Tutu, merendeira com mais de 10 anos de trabalho, no Centro para Juventude da Mooca, é a convidada do Museu das Favelas para falar sobre “Alimentação infantil e merenda escolar”. A proposta da mesa é abordar a importância da alimentação das escolas para o combate à insegurança alimentar infantil e como educar as famílias sobre os perigos dos alimentos ultraprocessados na alimentação das crianças.

Para falar sobre a relação de ancestralidade e comida, no dia 22/10, somam ao projeto a Carmem Virginia, chef de cozinha, pesquisadora e jurada nos realities shows “Cozinheiros em Ação”, do GNT, e “FFF Brasil”, do SBT, e Mãe Sandra, religiosa da tradição do Tambor de Mina (culto mina jeje nagô e encantaria). A mesa contará a relação cultural que as comidas afros brasileiras têm com a história africana a partir dos modos de preparo e ingredientes que utilizamos.

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Já na reta final, no dia 29/10, o XEPA terá como tema central o vegetarianismo e a ancestralidade da alimentação baseada em plantas. Para isso, a Tia Nice, chef de cozinha do restaurante “Organicamente Rango”, e a Pitchtou Luambo, chef de cozinha e proprietário do Restaurante Congolinária, são os nomes confirmados.

No último dia da ação, 05/11, o Museu das Favelas recebe Carmem da Silva Ferreira, fundadora do Movimento Sem Teto do Centro (MSTC) e projeto Cozinha Ocupação 9 de Julho e, também, a Nice, dona do Bar da Nice, que empreende com o lucro revertido do seu estabelecimento para população de rua na região central de São Paulo. As duas convidadas pertencem à rede da vizinhança do Museu das Favelas e abordarão as suas iniciativas para o combate à fome e a insegurança alimentar.

A mediação dos encontros será realizada por Patty Durães, pesquisadora de culturas alimentares, especializada em estudar a influência das heranças afro-diaspóricas na culinária brasileira. Ela é coordenadora pedagógica da escola Gastronomia Periférica e TEDx Speaker com “Vamos Descascar mais e desembalar menos”.


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