A acessibilidade foi o grande destaque do Festival Timbre 2023, que aconteceu no último sábado (23) e domingo (24), na arena externa do Teatro Municipal de Uberlândia (MG). As ações foram pensadas pela organização do evento para garantir a inclusão de todos os presentes. Os recursos de acessibilidade permitiram a participação de crianças, adolescentes, adultos e idosos com deficiências e ou mobilidade reduzida. Todos eles foram orientados e preencheram um formulário antes da realização do festival para que recebessem um atendimento especializado no evento.


O festival contou com espaço em frente ao palco dedicado às pessoas com deficiência física, visual, auditiva e ou intelectual e idosos, além de uma equipe especializada para garantir todo o suporte necessário para que todos pudessem aproveitar o festival da melhor forma. No palco do evento, a organização do festival garantiu profissionais para tradução em Libras, a Língua Brasileira de Sinais.
Alessandra da Silva, advogada presidente da Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência da OAB Uberlândia, intérprete de Libras e proprietária da Simetria Acessibilidade, destacou a importância do acolhimento das pessoas que necessitam de acessibilidade. “Fizemos um cadastramento das pessoas com deficiência e mobilidade reduzida. Oferecemos apoio na locomoção, eles tinham um espaço separado, apoio para ir ao banheiro e restaurantes. Acolhemos essas pessoas com todo amor, carinho e respeito que elas merecem”, disse.
Segundo Alessandra da Silva, em Uberlândia não há registro de um evento que garantisse tamanha acessibilidade como o Festival Timbre ofereceu na edição deste ano. “Isso é muito importante, pois nós não estamos apenas cumprindo a legislação, nós estamos indo além, pois estamos demonstrando o nosso respeito para com estas pessoas com deficiência”, disse.
Para Antônio Rocha, foi uma experiência inesquecível. “Gratidão pelos cuidados e atenção que a organização dedicou a mim, com carinho e presteza, durante o Festival Timbre, no domingo. Parabéns pelo trabalho tão importante para tornar a vida de pessoas com deficiência física mais feliz”, disse.
Iris Giuliani também fez questão de registrar sua satisfação com o atendimento recebido no evento. “Minha experiência no Timbre 2023 foi incrível! Assim que cheguei já tinha alguém da Simetria para orientar sobre a área de pessoas com deficiência. Tinham banheiros acessíveis e o que mais me surpreendeu, apesar de não ter deficiência auditiva, foi que em todos os shows teve intérprete de libras. Todos que vieram me oferecer auxílio não foram invasivos e isso também foi muito importante”, disse.

O jornalista Igor Castanheira também fez questão de registrar sua experiência no evento, tanto como espectador como repórter do seu canal, o “Se Manca”.
“A inclusão é feita por pessoas com atitudes e empatia, só assim mudaremos a realidade da pessoa com deficiência, ou como prefiro dizer, pessoas com singularidade. Este final de semana acompanhei um exemplo fantástico. Além de trabalhar, vi a diversidade se misturando e se divertindo, tendo o seu momento. Com certeza, o Festival Timbre será inesquecível para muitas pessoas com singularidade”, disse.
Ele relatou ainda que encontrou alguns amigos que acompanharam o festival por intermédio da tradução em Libras, feita pela Simetria. “A vibração pra eles estava incrível. Vi crianças pequenas que tiveram a sua primeira experiência, certamente, eles se encantaram. Só tenho a agradecer todo o aparato da produção e da assessoria de imprensa. Fomos acolhidos e recebemos toda a atenção e cuidado possíveis. A cultura traz uma realidade que a pessoa com singularidade não conhece, fazendo ela ver outras possibilidades e permitindo que estas pessoas comecem a criar sonhos. Quando esse primeiro contato é positivo, a pessoa começa a acreditar que tudo é possível”, completou.
Para os próximos anos, segundo Lucas Cordeiro, Guilherme Maniglia e Gabriel Caixeta, organizadores do evento, a intenção é ampliar esses recursos, permitindo assim que o festival seja o mais inclusivo possível. Algumas experiências utilizadas em outros eventos pelo Brasil já estão sendo analisadas e a viabilização de equipamentos estão sendo estudada para edições futuras, como a disponibilização de aparelhos de audiodescrição, com a narração em tempo real dos acontecimentos e fones de ouvido para pessoas com espectro autista.



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